sábado, 21 de março de 2009

Entrevista com Justin Chatwin, o Goku de Dragonball Evolution

Protagonista de Dragonball Evolution comenta sobre as gravações do filme e suas semelhanças com Goku

A FOX liberou algumas entrevistas com os principais atores do filme Dragonball Evolution, que estreia dia 08 de abril nos cinemas do mundo todo. E a primeira delas que a Henshin publica é com o personagem principal do live-action, Son Goku, vivido pelo ator canadense Justin Chatwin. Confira:

Q: Como foi viver o papel de Goku?
J: Foi muito emocionante, porque sempre gostei do mangá de Dragon Ball. O anime era mais popular na geração depois da minha, mas me lembro dos irmãos menores dos meus amigos sempre comentarem sobre a animação e sobre o Goku; eles brincavam de recriar as cenas de batalha, fingindo serem os personagens. O filme é muito divertido. Eu luto todos os dias nas gravações e volto a ser uma criança novamente. Me sinto com seis anos de idade na frente do meu quintal, brincando com armas e lutando com os caras maus. É como brincar no quintal com os seus amigos.

Q: Como você conseguiu o papel? Este é seu primeiro grande personagem.
J: Foi a mesma coisa que é com a maioria dos filmes. Consegui através do processo de audição. Eles passaram um longo tempo procurando por um ator que se adequasse ao personagem, então eu tive muita sorte. No final, restaram cinco de nós. Fizeram o cabelo, maquiagem e vestuário, e saímos para uma locação onde fotografamos várias cenas. Cada um dos Gokus em potencial teve que contracenar com as meninas que estão no filme. Então eles editaram as diferentes audições e mostraram para o estúdio, que tomou a decisão final. Fiquei muito emocionado por ter conseguido o papel.

Q: Quão grande é a responsabilidade de interpretar esse ícone dos mangás, amado por fãs de todo o mundo?
J: É uma grande responsabilidade, porque estou atuando como um herói, um personagem que já existia no imaginário das pessoas durante anos, então eu espero que os fãs aprovem e apreciem a minha interpretação como Goku. E expectativa é conquistar um novo público, que nunca leu o mangá.

Q: Como é trabalhar com Chow Yun Fat?
J: Chow é ótimo e muito engraçado. Master Roshi foi um papel muito desafiador para ele e é diferente de qualquer outro que tenha feito em filmes anteriores, eu acho. Ele está desempenhando um papel completamente oposto aos seus personagens habituais. Eu gosto muito dele. Ele é muito profissional e nunca abandona o set. E olha que os dias são muito longos. Chow está sempre interessado em todo mundo em volta dele, todos os envolvidos no filme, está sempre conversando com as pessoas e faz com que todos se sintam bem-vindos. Ele também é um brincalhão. Gosta de fazer piadas e dar tapinhas no traseiro das pessoas. Há muita comédia neste filme e ele é ótimo nisso. Aprendi muito estando ao seu lado e observando-o. Eu me sinto abençoado, porque observo alguém que trabalha nisso faz trinta anos e começo a entender os problemas que estou enfrentando, e só aprendo. Isso é tudo o que faço, apenas aprendo todos os dias que venho para trabalhar e tento sempre melhorar.

Q: Eu acredito que você é um ator metódico. Como você trabalha?
J: Bem, acho que um monte de pessoas têm uma idéia errada sobre ser “metódico”. Existem todos os tipos de atuação metódica. Tenho trabalhado com pessoas que nem sequer conversam com ninguém, porque eles precisam se manter firmes e focados em seus personagens. Eu gosto de me focar no personagem, mas continuo a falar com as pessoas. Desenvolver algum tipo de método é algo que acredito que funciona para mim. Embora, às vezes, eu acredite que conversar com outras pessoas me ajuda a descobrir mais sobre o personagem e sobre mim mesmo.

Q: O quanto você está ligado com seu personagem neste filme?
J: Eu estou bem ligado ao Goku. O mais importante é que ele é um garoto comum. Eu adoro interpretar esse personagem porque ele é positivo e eu também sou. Mas, com esse papel tive que mudar muita coisa em mim mesmo. Esta é a oportunidade de mudar para melhor minha atuação; ele é um grande modelo. Às vezes tenho problemas para trabalhar os conflitos na minha vida que são iguais aos do Goku.

Q: Você fez um treinamento intensivo com um monte de artes marciais?
J: Eu treinei bastante para o filme. Tive seis semanas para me preparar, então procuramos os especialistas: a companhia 87eleven, que têm treinado atores para filmes como Bourne Supremacy, 300, The Matrix e Mr. E Mrs. Smith. Existem vários professores que participam de todo o treinamento. Um mestre de Jiu-jitsu, um especialista em Karatê, um outro focado em Kung Fu - por isso gostaria de ir lá todos os dias - e eu completei um rigoroso treinamento. Precisei me certificar que eu estava fisicamente apto para essa parte e tive que aprender sobre artes marciais. Então, com o desenvolvido o caráter de Goku, adaptamos um estilo de luta especificamente para ele.

Q: E como é?
J: O Goku no desenho animado é como um mestre de Kung Fu, mas fizemos o meu Goku ser mais contemporâneo. Então há muita influência da capoeira brasileira, que tem os movimentos tranquilos e graciosos como uma dança, e eu adoro. Acho um belo tipo de dança e é ótimo quando você se envolve com ação, como estamos fazendo neste filme.

Q: Você acha que esse treinamento surtiu algum efeito em você, pessoalmente? Se sente mais confiança?
J: Sim, definitivamente. Antes de começar a trabalhar com o filme, praticava snowboard e não tinha uma boa postura. Eu era uma espécie de “skatetista preguiçoso”. Todos os dias as pessoas diziam: “mantenha as costas retas”. Esta treino foi maravilhoso, porque me fez andar melhor e mais confiante. Depois de algum tempo praticando, você começa a ficar viciado em adrenalina toda vez que você começa a lutar.

Q: Você deve estar em boa forma e saudável.
J: Fazer este filme definitivamente me fez ter uma vida saudável. Eu parei de beber. Desisti de açúcar. Parei de comer pão e massas. Foi duro, mas me sinto muito bem. Definitivamente isso me dá mais energia durante o dia.

Q: Você desistiu de açúcar? Você está sentindo falta de alguma coisa?
J: Sim, sorvete. Sorvete de chocolate. Isso está me matando, porque temos uma loja da Gelato bem abaixo do nosso hotel. Eu passo por ele todos os dias e isso me deixa louco. Mas, tudo isso tem a ver com disciplina; é uma coisa dentro de mim e isso é bom, porque tem a ver com o Goku também. Ele quer completar sua missão e o seu propósito na vida. É ambicioso e competitivo, e eu também tenho isso em mim.

Q: Eu sei que você se feriu nas gravações. O que aconteceu?
J: Foi só um chute, há muitos chutes e socos no filme. Nós estávamos filmando sobre o vulcão, e é difícil, porque se trata de rocha vulcânica, então eu tropecei. Eu tropecei em uma pedra e meu pé ficou preso em uma das bordas serrilhadas, o dedão pegou todo o peso do meu ímpeto e “crrrrrrrack!” e eu gritei, “Oh, não!”. Estou melhorando. Meu pé dói, mas não é grave. Tenho colecionado feridas de cada filme que fiz. Tenho sete cicatrizes na minha mão de diferentes filmes. Eu não me importo com isso.

Q: Quais eram seus sonhos quando você brincava no seu quintal?
J: Eu queria ser um motorista de táxi, e depois um empresário, quando estava no colégio. Eu não sonhava em atuar.

Q: Então como é que tudo isso aconteceu?
J: Antes de me mudar para Los Angeles eu tinha começado a atuar, mas nunca pensei que fosse realmente possível aparecer em filmes. Lembro quando meu amigo me contou que tinha uma audição e eu disse, “Você está falando sério? É realmente possível conseguir um papel num filme?” Foi assim que me inspirei. Lembro que consegui um agente e eu comecei a atuar. Tinha cerca de 17 anos na época.

Q: Então você não foi para uma escola de teatro ou qualquer coisa assim?
J: Não, mas lembro que no meu primeiro trabalho o diretor disse: “Sabe, sua atuação é realmente terrível. Você precisa receber umas lições”, então eu comecei a ter aulas, e iniciei o meu processo de aprendizagem.

Q: Você fez Guerra dos Mundos, evidentemente, com Steven Spielberg e Tom Cruise. A escalação para esse filme te ajudou com os desafios de Dragonball Evolution?
J: Ajudou, com certeza. Foi um grande filme com grandes estrelas.

Q: O que você aprendeu de Tom Cruise?
J: Tom Cruise e Goku, de certa forma, são parecidos. Ele é muito positivo e enérgico. Às vezes Tom Cruise parece ser bom demais para ser verdade, porque ele é muito otimista e seu entusiasmo contagia as pessoas. Ele é uma ótima pessoa para se estar por perto, bastante generoso, e eu aprendi muito com ele.

Q: Qual foi a sua experiência de vida na adolescência? Você vê alguma ligação com Goku?
J: Eu era parecido com meu personagem neste filme, porque eu era um cara muito positivo e agradável para todos, mas nunca senti que me encaixava em nenhum grupo. Me sentia alienado e rejeitado por alguns grupos e nunca percebi o porquê. Tive conhecidos e amigos, mas não um círculo fechado de amizade. Agora eu tenho um grande grupo de amigos.

Q: O que era tão difícil para você como um adolescente?
J: Eu vivia fora de subúrbios, em uma cidade chamada em Nanaimo British Columbia. Lembro quando era uma criança e só queria me encaixar. Não estava feliz vivendo em um lugar isolado nas montanhas. Mas lá é muito bonito e interessante. É conhecida como a capital mundial das corridas de banheiras! As pessoas correm todos os anos nas banheiras! Eles têm feito isso há 50 anos. Eu ia competir sozinho no ano passado, porém tive que trabalhar, espero participar algum dia.

Q: Que conselhos você daria para os jovens?
J: Eu diria que ter confiança é importante. A mensagem que aparece em Dragonball Evolution, mais e mais uma vez, é ter fé em si mesmo. Isso é verdade, porque eu lembro de muitas vezes quando duvidei de mim, e tudo teria sido mais fácil com a fé. Eu poderia ter entendido que há sempre uma razão para tudo o que acontece, do jeito que tem de ser. Se eu soubesse disso não teria achado tudo tão difícil. Eu tive que encontrar meu próprio grupo, arriscar, explorar e descobrir o que eu gostava de fazer e aquilo que realmente tivesse significado, e não apenas seguir o que todo mundo estava fazendo. Demorou um tempo para eu compreender isso.


Fonte: Henshi!

Matta ne!!!

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